domingo, 12 de maio de 2013

Glória? Tropecei e contemplei


A lei e a gramática roubaram de mim por muito tempo, o fruir natural e a entrega incondicional às poesias existenciais. Para tudo havia uma medida,uma régua. Uma tábua rígida com minha vida registrada antes mesmo de eu vir ao mundo.
Mas, certo dia tateando pelas letras dos textos desconhecidos, aquilo que já era revelado e que de mim foi usurpado, fez-me tropeçar como quem tropeça em pedras. Era a própria Pedra. Pedra angular de esquina.
Foi então que contemplei a Glória.
Essa pedra que me fez tropeçar mudou minha rota e eu saí mancando como Jacó... Hoje enquanto caminho, lembro das considerações do genial cristão C. S. Lewis em seu sermão O Peso de Glória: "a poesia toma o lugoar da gramática, o evangelho toma o lugar da lei e o anseio vai-se transformando em obediência da mesma forma que, pouco a pouco, a maré vai levantando um barco em repouso na areia". 
Agora tábua rígida é Pedra Poética cravada em meu peito.
Tropecei, caí e contemplei sua Glória, "pois fizestes passar diante de mim toda a sua BONDADE e a mim proclamastes teu nome: Senhor" (Ex. 33.19). O próprio Deus revelado em Jesus o Cristo.

Assim vou caminhando na tentativa de estender com luz na mente, fogo no coração e atos nas mãos, a Graça que a mim foi concedida, conforme discorreu T. S. Eliot:

"E depois de termos construído um altar para a Luz invisível, 
poderemos sobre ele colocar as pequenas luzes
para as quais nossos olhos foram feitos"

Kz.
Fort, 13/05/13


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