Outro
dia desses o sol não apareceu, parecia o fim da minha odisséia. A vida não
fazia sentido, o céu sem cor e minha poesia era triste.
Mas um
Anjo Loiro tipo estrela do rock me disse: “mesmo triste ainda é poesia”. Lembrei
que Adélia Prado também disse isso. Então pensei: se hoje não tenho a cor dos
raios do sol e a vida parece não fazer sentido mas eu ainda tenho a Poesia ... Bem gracioso isso,
considerei.
Afinal,
se eu corresse para cima, a sensação do infinito me consumia; para baixo ainda
mais me perderia. Para os lados então? Não. Correntes me prendiam, eu não tinha
para onde ir. Estávamos eu e minha poesia triste, minha Doce poesia triste.
Ficamos horas na companhia uma da outra.
Espere.
Doce?
Foi aí
que parada no silêncio derradeiro minha mente foi assaltada por uma lembrança
doce do doce que ganhei de outro Anjo chamado Pássaro. (Dizem que era a lembrancinha
do do último sagrado rito da Coragem com a Liberdade (deliciosa palha
italiana). Bem, eu não acredito ter comido a lembrança da Aliança do meu Pássaro, não sei se consigo comer lembranças.
Eu não tinha pra onde ir, eu não tinha o que fazer. Peguei
meu doce, sentei, comi e descansei. Enquanto descansada desfrutando do prazer
do doce minhas memórias me encheram o coração de beleza e delícias.
Foi aí
que percebi que nas pequenas lembranças e nos meus Anjos, a vida continua
fazendo sentido e que mesmo quando o Sol não brilha ele continua ali no seu lugar,
e as nuvens vão passar...
Há
graça nas coisas da graça...
Kezzia Cristina Silva
Inverno / Junho / 2012
se há graça nas coisas da graça? Se tem...
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